Devo monitorar as mensagens no celular do meu filho?

Devo monitorar as mensagens no celular do meu filho?

Boletim
18/01/2021

Janeiro 2021 – Por Fernanda Lee

Talvez seus filhos tenham ganhado um celular no Natal ou talvez você tenha alguma razão para se preocupar com as mensagens que seus filhos trocam ou o conteúdo que acessam. Suas preocupações são válidas e devem ser levadas em consideração.

E apesar de não existir uma verdade absoluta sobre monitorar ou não o celular do seu filho, tenha em mente a fase de desenvolvimento. Bebês e crianças pequenas ficam “grudadas” com os pais, literalmente, e conforme crescem os adolescentes vão buscando conexões fora da esfera familiar e preferem a privacidade. Seja qual for a idade do seu filho, tenha em mente esses princípios:

– Eduque em longo prazo: converse sobre as suas expectativas quando o seu filho estiver usando o celular, e reforce que a conduta online deve seguir a mesma conduta que offline (ser cordial, avisar um adulto quando se sentir ameaçado ou confuso, sexting, fotos inapropriadas).

– Estabeleça limites: crianças e adolescentes precisam de limites. Quanto menor a criança, menos aplicativos no celular e menos tempo no celular. Conforme o jovem cresce, a necessidade por privacidade e tempo para se conectar com os amigos aumenta, então adapte-se ao crescimento do seu filho.

– Desenvolva confiança: confiança é essencial para qualquer relacionamento saudável. Quando pré-adolescentes, sente ao lado do seu filho e assista os games que ele joga. Diga que você terá a senha do celular para ler as mensagens no fim do dia ou num dia combinado entre vocês. Quando adolescentes, você pode combinar de ler as mensagens no celular uma vez por semana ou por mês, com o adolescente ao seu lado.

– Monitoramento: talvez você queira considerar comprar um aplicativo que monitore e bloqueie acesso. Caso decida por essa alternativa, avise o seu filho que você fará isso. Você corre o risco de danificar o relacionamento caso o filho seu descubra que você fez escondido. Quando os jovens sabem que estão sendo monitorados, eles podem ficar mais atentos no que enviam e no que guardam no celular.

Com os meus filhos adolescentes, eu prefiro não monitorar as mensagens e confio nas conversas abertas e constantes que temos um a um, e em família. Converso com eles sobre a importância de dizer onde estão e com quem estão. Eu sempre agradeço quando eles me mostram algo no celular deles e me mantenho curiosa para ouvir o que estão me contando.

Caso decida optar por monitoramento, tem muitas empresas que oferecem serviços.
– Bark (monitora rede social, mensagens de texto, e-mails, alertas para pais)
– mspy (monitora rede social, mensagens de texto, e-mails, alertas para pais, suporte em outras línguas)

Lembre-se que usar um aplicativo para monitorar o celular do seu filho ainda precisa ter o seu apoio para ajudar a guiar e ensinar o seu filho. Estamos educando em longo prazo e erros vão acontecer no meio do caminho.

Como impor limites em 4 passos:

Descreva – “Lucas, eu vejo que você está tendo dificuldade em dormir quando fica jogando vídeo game até tarde.”

Expresse – “Eu fico preocupada e aflita quando você tem que acordar disposto no dia seguinte para assistir a aula online bem cedo de manhã.”

Seja assertivo – “Eu quero que você desligue o vídeo game às 21h, e se você não desligar eu vou bloquear o sinal a partir das 21h.”

Reforce como a mudança vai ser benéfica para o outro – “Eu acredito que pode demorar até você se acostumar com essa nova rotina e isso vai te ajudar a ter o seu momento para jogar e a hora de estudar. Eu também acho que vai ajudar o seu bem-estar porque você vai acordar descansado e de bom humor.”

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