Se você ainda acredita que precisa fazer a criança sofrer para aprender, se ainda fala com louvor: “Eu apanhei quando era criança e nem por isso morri”, acho que precisa repensar. Por quê? Porque essas são declarações que revelam violência.
Tudo bem, você não morreu, mas você gostou de ter apanhado? Você aceita que a criança bata em você quando ela está certa e você está errado? Você gosta quando um irmão bate no outro pois um está errado e o outro certo, para o bem entre eles?
Olha, podem haver muitas diferenças entre você e eu, e eu também acredito que há muitas similaridades entre nós. E uma delas é que amamos nossos filhos.
Então, em vez de bater, considere usar consequências lógicas. Assista o vídeo completo para compreender, clicando aqui.
Oi, eu sou a Fernanda Lee, e gostaria de me apresentar hoje como mãe. Eu também sou Master Trainer em Disciplina Positiva, mestre em educação, certificada em Play Therapy, enfim, tenho um vasto currículo, mas hoje eu estou aqui para falar como mãe.
De mãe pra mãe, de mãe pra pai.
Porque se tem algo que eu fiquei confusa no começo quando estava aprendendo sobre a Disciplina Positiva é como eu vou disciplinar meu filho quando ele pinta a parede de tinta. Não é fofo não! É tenso! E agora? Se eu não posso bater, humilhar, criticar, colocar pra pensar… O que fazer então?
A palavra mágica é consequências.
Consequências Lógicas
Por que?
Porque além de deixar você se sentindo muito melhor como mãe ou pai, porque não está espacando a criança que pintou a parede, você vai estar ensinando algo valioso para a vida,
e, além disso, a criança vai lembrar do aprendizado mais do que lembrar da bronca ou da surra.
Nesse exemplo em que a criança pinta a parede de canetinha, qual seria a consequência lógica?
Frequentemente, consequências lógicas são usadas como punição disfarçada: “A consequência lógica é fazer a criança limpar com a língua”
Não, a consequência lógica segundo a Disciplina Positiva tem 4 Rs:
Relacionada
Respeitosa
Razoável
Revelada com antecedência, quando possível.
Vamos lá, eu vou ajudar você a desdobrar cada um deles de forma prática.
Primeiro R: Relacionado
O que seria uma consequência relacionada?
A consequência é relacionada ao problema de pintar a parede de casa com a canetinha. Mais muitos pais reagem tirando algum outro privilégio que não tem nada a ver com o ocorrido, do tipo: “Você pintou a parede, agora vai ficar sem ir na casa da vovó.” Ou “Você pintou a parede, e agora vai ficar sem assistir TV”.
Agora, me explica… o que a casa da vovó ou a tv tem a ver com a obra de arte na parede?
Nada.
A consequência lógica relacionada, tem a ver com a canetinha, como a criança tem acesso às canetinhas, se ele é pequena e precisa de supervisão, etc. Você está acompanhando o raciocínio?
Segundo R: Respeitoso
O que seria uma consequência respeitosa?
Quando os filhos se comportam mal ou fazem algo errado, é comum os pais reagirem chamando o filho pelo nome completo: “João Pedro Chaves da Silva!” ou como se estivessem num filme de terror, ou entram num espiral que o monólogo dura 5 minutos:
“Eu não acredito que você fez. Espera o seu pai chegar em casa. Você acha que dinheiro nasce em árvore”
Nada disso é respeitoso. Ter respeito significa:
- Respirar
- Ou se abaixar na altura da criança e conversar
- Ou explicar, sem julgamento o que ela fez: “A canetinha é para desenhar só no papel, na parede não pode”
- Ou minimizar o estrago pedindo pra guardar as canetinhas
Eu fui buscar a origem da palavra respeito que vem do latim RE, que significa voltar. Specere, que significa olhar. Ou seja, olhar a atitude de alguém a ponto de admirar e fazer igual. E você quer que seu filho repita a sua reação desrespeitosa?
O terceiro R é razoável.
A criança pintou a parede, o que seria uma consequência razoável?
Algo que ela pode fazer e é apropriado para a idade. Se a criança tem 2 anos, ajude a limpar a parede com ela. Se ela tem 5 anos, mostre onde estão os produtos de limpeza e demonstre como fazer. Se for um adolescente, vá com ela comprar tinta, com o dinheiro dele, e pintem a parede juntos.
Mais muitas vezes, as consequências lógicas são usadas como punição disfarçada, e os pais agem de maneira insensata: “Limpe a parede da sala, dos quartos, aproveita para limpar os vidros do meu carro também.”
E nesse processo de exautaão emocional e física, a criança desenvolve ressentimento e rebeldia, em vez de aprender a lição que você realmente está tentando ensinar, crenças empoderadoras que ajudam as crianças a ter sucesso na escola e na vida:
“Eu contribuo de maneira significativa”
“Eu entendo que meu comportamento afeta os outros”
“Erros são oportunidades para aprender, e eu posso reparar os erros”
“eu sou capaz”
E o último R: revelada com antecedência quando possível.
Quando algum problema já aconteceu e você quer evitar que a criança cometa o mesmo erro, você não precisa manter a consequência um segredo de estado. Você pode revelar a consequência com a criança:
“A canetinha só pode ser usada nesse papel ou nessa mesinha. Se você decidir pintar a parede, a roupa ou o corpo, a canetinha volta para a caixa até que você possa seguir as regras.”
Uau! Olha só você sendo o adulto da relação.
Como se sente? Preparado para realmente educar sem dor?
E pra você, qual é o R que precisa mais da sua atenção? Comenta aqui: Relacionado? Respeitoso? Razoável? Ou Revelado com antecedência?
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Espero que esse vídeo tenha ajudado você a se melhorar como pessoa.
Um abraço
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