O erro não é tão importante quanto o que decidimos fazer quando cometemos um erro.
Alguns dias atrás eu resolvi criar uma nova série de conteúdos no Instagram da Filosofia Positiva Oficial para falar sobre alguns assuntos “polêmicos” e algumas inverdades que estão rolando por aí sobre a Disciplina Positiva. Sem a pretensão de atacar ou cancelar as pessoas que falaram a respeito, meu objetivo é esclarecer e “alimentar” meus seguidores, profissionais certificados, pais, professores e todos os interessados nesta filosofia de vida, com as informações corretas! Então, toda quinta-feira temos uma série de stories no perfil abordando alguma fake news que falaram por aí, e vamos explorar melhor o assunto.
A dúvida da semana passada foi de uma seguidora e resolvi transcrever para este boletim!
Mensagem da seguidora:
Já ouvi dizer que a ferramenta de solução de problemas ou de reparar erros da Disciplina Positiva não funciona, pois não resolve o problema, só silencia sua voz, pois você tem que se redimir e pensar como a outra pessoa.
Exemplos: quando ocorre um problema e usamos a sequência “perceber o erro, desculpar-se e resolver / solucionar”, me disseram que estaríamos apenas concordando com a outra pessoa e ao nos desculparmos estaríamos aceitando que a outra pessoa está certa (com relação ao problema que tivemos), e que a nossa opinião não é válida.
Veja como eu respondi à essa pergunta:
A ferramenta dos “R” para reparar um erro significa que você e a outra pessoa se responsabilizam pela sua parcela de contribuição do erro: você se responsabiliza pela sua parte, e o outro pela parte dele. E quando você realmente tem a intenção de reparar um erro ou quer se desculpar, significa que você está assumindo a SUA parcela de responsabilidade, e não a parcela total, das duas partes.
Vamos a um exemplo: se você foi desrespeitoso com alguém (você gritou ou perdeu a cabeça), como reparar o problema usando os três “R”?
Primeiro, você reconhece que você errou, que estava em um momento de cabeça cheia; depois você vai pedir desculpas – se realmente você fez algo que passou do limite. Se você não fez nada que precise de desculpas, então não peça desculpas! Você não é obrigado a fazer isso da mesma maneira que a outra pessoa, da mesma forma que a outra pessoa não está obrigado a pedir desculpas para você.
O terceiro passo é resolver/focar em solução: “Na próxima vez que isso acontecer, ou na próxima vez que eu tiver com a cabeça cheia, o que eu vou fazer?” Se foi a outra pessoa que perdeu a cabeça, você pode fazê-la pensar no que você gostaria que ela fizesse.
É neste ponto que entramos em solução JUNTOS! Não é silenciar o outro, e pelo contrário: é compartilhar o poder. Você tem o seu poder intacto e a outra pessoa também, e agora vocês vão tentar encontrar um meio termo, um lugar onde vocês possam se comunicar.
A gente trabalha com pessoas, mora com pessoas e precisamos saber como solucionar problemas entre as pessoas, afinal, uma coisa é certa: a gente vai errar (espero que não de propósito) e por isso precisamos aprender a reparar e ser bons nessa ferramenta. É um movimento de conexão, de ruptura e reconexão.
Não faz sentido pensar que a ferramenta silencia a voz da outra pessoa, porque você só deve pedir desculpas caso entenda que precisa, que teve uma parcela de responsabilidade. Se a outra pessoa tentar te obrigar a pedir desculpa, você pode perguntar:
“Você pode me dizer o que eu fiz – na sua opinião – que te magoou ou que te ofendeu?”
Perceba que nós vamos em uma postura de curiosidade e exploração, de abrir espaço para o diálogo, de uma maneira que ambas as pessoas se sintam respeitadas.
Precisamos aprender a ter conversas difíceis.
E só é possível se sentir confortável em ter conversas difíceis se a gente tiver ferramentas para resolver o problema – e dessa forma os três “R” se tornam ainda mais importantes!
Para resumir: eu uso essa ferramenta para resolução de problemas no ambiente de trabalho, dentro das escolas, em casa e funciona muito bem!
Nota especial para a seguidora que me enviou essa pergunta: quero deixar meu agradecimento pela oportunidade de trazer mais luz à este assunto.
Nota especial para você: se você que está lendo esse texto também já viu um assunto controverso rondando por aí, pode me enviar uma DM ou acessar este link, que dá acesso aos stories que criei sobre a Quinta Faminta!