Cartas Infantis da Disciplina Positiva: aprenda 3 ideias práticas de como usar o baralho com as crianças

Não tem dúvida que a pandemia afeta o nosso senso emocional, de uma maneira ou de outra. E todo o desafio é uma oportunidade para crescer e se atualizar. Se entendermos alguns princípios básicos de como o cérebro funciona, isso pode ajudá-lo a fazer algumas mudanças que podem melhorar sua vida na sua mente, no seu corpo, na sua alma e, consequentemente, em casa.

Pode não haver momento mais crítico do que agora para ensinar a nós mesmos, nossas crianças e adolescentes, habilidades sociais e emocionais e como compreender e regular as emoções. E, no entanto, provavelmente não há momento mais desafiador do que os momentos atuais, em que os relacionamentos estão sendo colocados à prova.

Quando falamos em aprendizado socioemocional temos que entender que ele anda em paralelo com o aprendizado acadêmico. Diversos estudos mostram que alunos que tem um senso de conexão com professores, com a escola, ou com os colegas na escola tem um melhor desempenho acadêmico.

O que é Disciplina Positiva?

Disciplina Positiva é um abordagem que ajuda as crianças a desenvolver responsabilidade, autonomia, resolução de problemas e cooperação por meio de uma educação que usa a firmeza e a gentileza ao mesmo tempo. Disciplina Positiva não é tendência nova. É o caminho do meio entre autoritarismo e permissividade. Disciplina Positiva é um termo cunhado pela autora Jane Nelsen, mãe de 7 filhos, 22 netos e 16 bisnetos. Jane publicou o livro Positive Discipline em 1981 e desde então, se tornou um best-seller internacional traduzido em mandarim, polonês, espanhol, árabe, francês, entre outras línguas.

 

Faça um upgrade na sua forma de educar

O cérebro funciona com o princípio: use ou perca.
Se os neurônios disparam juntos, eles se conectam. Se não expor o cérebro ao espanhol, não aprendemos.
Se não expor a criança às habilidades socioemocionais, elas não aprendem.

Se eu quero que meu filho tome boas decisões na vida, mas eu não dou oportunidade para ele tomar decisões, porque eu, como mãe, tomo todas as decisões por ele. Como ele vai desenvolver isso? Queremos que as crianças sejam boas solucionadoras de problemas, mas não permitimos que tenham problemas para resolver. Queremos que as crianças sejam líderes, mas não permitimos que eles exercitem a liderança. Um dos mantras da Dra. Jane Nelsen é: problemas são ótimas oportunidades de crescimento.

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Dica #1 – Envolva a criança usando a ilustração da carta
“Escolhas e consequências: Quaisquer que sejam as escolhas que decidir fazer, considere as consequências para o bem de todos que envolver.”

Olhe pra essa ilustração. Quais são as duas escolhas que a menina tem?

Quais são as consequências de cada escolha? Tanto positivas, quanto negativas.

Qual você escolheria?

Daí, você (adulto) compartilha uma escolha que você fez mas não gostou da consequência. O que você teria feito diferente?

Compartilhe uma escolha que você fez e que gostou da consequência.

Vocês sabiam que as escolhas que fazemos é influenciada pela humor, crenças, metas e normas culturais?

Escolha é algo que você decide pensar, fazer ou dizer. Você estar aqui é uma escolha!!!

E toda escolha tem uma consequência, o que significa que algo acontece como resultado do que você escolhe. Normalmente, falamos “consequências” como algo ruim, pejorativo. mas consequências podem ser positiva, negativas ou neutras.

Dica #2 – Use um vídeo ilustrativo
Erros e os 3 E
“Erros não têm que arruinar o seu dia. Faça a reparação! Estes passos vão te mostrar o caminho para a ação.”

Enxergue – reconheça que você errou: “Opa eu joguei bola em casa e quebrei a luminária”
Exponha – Fale para alguém o que aconteceu: “Vovó, eu quebrei a luminária jogando bola dentro de casa, e eu sinto muito”
Esclareça – Faça algo para resolver o problema causado pelo erro: “Vovó, eu vou ajudar a limpar os pedaços, e vou usar um pouco do meu dinheiro para comprar uma luminária nova.”

Você sabia que todos nós cometemos erros. Até os adultos? E as pessoas ficam muito bravas consigo próprias quando isso acontece. Alguns até ficam envergonhados. E outras pessoas superam isso mais rápido porque acreditam que podem aprender com o erro. Não seria maravilhoso se os adultos e as crianças pudessem realmente entender que cometer erros é uma parte importante para o aprendizado?

Eu vou mostrar um vídeo que mostra como é que podemos aprender com o erro de forma mais leve. O vídeo é bem breve, 2 minutos, presta atenção porque eu vou fazer 2 perguntas quando o vídeo acabar:
1- Ele reconheceu que errou?
2- Como ele resolveu os seus erros? Se isso tivesse acontecido, o que ele poderia ter feito para reparar o erro?

Esse vídeo é do Mike Boyd e ele decidiu aprender uma habilidade nova. Mas como a maioria das coisas na vida é necessário dias, se não anos, ele escolheu aprender algo que leva menos tempo?  Ele escolheu fazer a habilidade de fazer kickflip no skate e se desafiou em aprender o mais rápido possível, e documentou o processo de aprendizagem pra ver quanto tempo ele conseguiria aprender.

E por que ele escolheu skate?
Porque é muito difícil.

E quanto tempo ele aprendeu essa nova habilidade?
Assista ao vídeo e veja se você descobre!

 
Dica #3 – Use objetos concretos para ensinar conceitos abstratos
“Quando algo acontece que tira a sua paz, uma mudança na perspectiva pode mudar o que você faz”

Quando você olha pra essa foto o que você pensa?

O que você sente?

Você sabia que as pessoas podem pensar coisas diferentes quando olha para essa mesma foto?
Algumas pessoas podem achar o gato fofo, outras podem achar que o gato é agressivo.

O que acontece quando você pensa que o gato é fofo?
Você provavelmente se sente calma, o que dá vontade de agir de forma a se aproximar do gato.

Mas e se eu pensasse que o gato é agressivo, eu sentiria medo e teria vontade de me distanciar do gato.

O pensamento acontece no cérebro
O sentimento acontece no corpo (coloque a mão onde você se sente calmo, e agora onde você sente medo)
E a ação acontece COM o seu corpo (aproxima do gato ou afasta do gato)

Cenário 1: Alguém entra na sua frente na fila
Você pensa: “Isso não é justo!”
Você sente: irritado
Você age: “Sai da minha frente”

Que outro pensamento você poderia ter?
Você pensa: “Talvez ela não tenha me visto”
Você sente: confusa
Você age: “Com licença, o fim da fila é ali”

Mudar a maneira como você pensa e sente pode mudar o que você decide fazer!

Mudar os seus pensamentos, muda os seus sentimentos, o que resulta numa ação diferente. E portanto, um resultado diferente.

Disciplina Positiva é baseada em estudos científicos

Vários estudos têm demonstrado que uma abordagem sistemática para a implementação de programas de aprendizado socioemocional oferece benefícios significativos. Melhoram o resultado nas provas dos alunos por todo o espectro em até 11 pontos percentuais.

Programas e abordagens efetivas são
S: Usam um conjunto Sequencial de atividades para alcançar objetivos de habilidades;
• A: Usam formas Ativas de aprendizado;
• F: Incluem pelo menos um componente no programa que seja Focado no desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais;
• E: Focam Explicitamente em habilidades pessoais e sociais específicas para o desenvolvimento

 

Cartas Infantis da Disciplina Positiva
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